Correspondencias, de Juliana Bernardo – 332 Poemas No 81


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juliana bernardo

por favor, não pare de me falar sobre você
nos ligamos – convites anelados
beijos são palavras abertas
eletricidade escapa, cabos se partem
em que parte te encontro?
não confie na memória
ela é um correio lotado de cartas brancas
não suspire
o tempo é corrosivo porque mora nos silêncios
de repente enferruja cartas cabos lábios
enferruja a gente
não é certo não é certo, suspiro
toques me despertam
mãos de prata como bandejas
e debaixo da mesa pernas encontram pernas
vamos arquitetar uma fuga com elas
arquitetar uma ponte e envelhecer sem segredos
temo que seja o fim da ligação
terrível enxaqueca
poupe os anúncios em branco
anúncios são convites malcriados
anoto na passagem: preciso de um mapa
nossa correspondência está aos pedaços
quem leu a última parte?
você sempre faz mapas quando está triste?
é o fim. Não confio na memória

cartabrancadivulgao

Traduzir-me, de Ferreira Gullar


published at: 2013-02-07 10:30 hs

Ferreira Gullar nasceu em São Luís, em 10 de setembro de 1930 com o nome de José Ribamar Ferreira, era um dos onze filhos do casal Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart.
Sobre o pseudônimo, o poeta declarou o seguinte: “Gullar é um dos sobrenomes de minha mãe, o nome dela é Alzira Ribeiro Goulart, e Ferreira é o sobrenome da família, eu então me chamo José Ribamar Ferreira; mas como todo mundo no Maranhão é Ribamar, eu decidi mudar meu nome e fiz isso, usei o Ferreira que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe, só que eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês; é um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome”.( fonte:wikipedia )

Autor: Ferreira Gullar
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Livro: Toda Poesia
Poema: Trazudir-me.
Editora: José Olimpio
valor: R$ 53,00 

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