Todas as Cartas de Amor são Ridículas, de Alvaro de Campos – 332 Poemas No 108

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Todas as Cartas de Amor são Ridículas

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos

Ode a Casa das Águas, de Marcus Groza – 332 Poemas No 107

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Transito, de Eduardo Lacerda – 332 Poemas No 106

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Fazer Poema, de Julia Mendes – 332 Poemas No 105

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L’a ultima cena, de Juliana Bernardo – 332 Poemas No 104

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Quisera eu não te amar, Guilherme Gontijo Flores – 332 poemas No 103

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Se eu Amasse, de Guilherme Gontijo Flores – 332 Poemas No 102

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SE EU AMASSE conforme a simetria
geométrica dos transes hipnóticos
(prismáticas paixões dos nervos óticos
sobre uma forma hexagonal vazia)

com a fé de que tudo acabaria
sem o toque acrobático do acaso
– se soubesse que tudo é calmaria
que tudo é pele tudo é plano & raso
nas margens de um soneto sempre reto
(…..)

o que há para um olhar minucioso la em casa, de Leandro Rafael Perez – 332 Poemas No 101

Ouça o Poema o que há para um olhar minucioso la em casa, de Leandro Rafael Perez

O que há para um olhar minucioso lá em casa
varia de cor conforme o bebê que vá nascer
e não falo de raças, minha vó tricota para fora
não a homossexualidade dos netos e sim
lindos enxovais para recém-nascidos brancos
verdes azuis rosados fiapos atesourados.

Arpejos na Coluna, de Juliana Bernardo – 332 Poemas No 100

ouça o Poema   Arpejos na Coluna, de Juliana Bernardo

arpejos na coluna e suspiros arrancados
uma flor nasce na garganta:
o deus de fogo semeou um deus de carne

Albuns, de Julia Mendes – 332 Poemas No 99

ouça o Poema  Albuns, de Julia Mendes

só as fotos de infância permanecem fazendo sentido
as outras parecem momentos prensados
felicidades prensadas
como cartas numa garrafa